quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
UM ARTISTA DESCONHECIDO
Essa casa, premiada pela GENERAL TRADES INTERNATIONAL EXPOSTION com medalha de ouro em 1935, em Londres, foi meu avô paterno quem construiu.
Situa-se no bairro do Ipiranga, em São Paulo, há +/- 400 mts do Monumento à Independência e está firme até hoje como quase todas as construções por êle executadas e comandadas.
Infelizmente, São Paulo tornou-se a megalópole que é, o Ipiranga começou se expandir tornanado-se um bairro industrializado e a pobrezinha acabou comprimida entre duas industrias.
O que dizer sobre vovô?
Imigrante italiano, chegou ao Brasil, cheio de traumas, com seus irmãos, já orfão de pai e mãe, aos 14 anos.
Para sobreviver começou a trabalhar em obras e aos poucos seu talento foi aflorando até tornar-se um grande construtor reconhecido nas rodas sociais daqueles tempos. Todos os detalhes decorativos da casa premiada foram desenhados e feitos por êle, viram a riqueza de detalhes?
Algumas de suas obras, retratadas em seu book
Esta casa ainda existe e fica em um bairro nobre de São Paulo
Atentem agora a alguns detalhes do interior da casa acima
O acabamento de suas obras sempre muito rico em mármores (importados á época) e muitos vitrais
Esse giro até o passado serve para que contemplem a moda e estilo dos anos 30..
Observem esse banheiro e o estiloso chuveiro acoplado a um aquecer que era uma mini caldeira em inox.
Dentro uma potente resistência e um controlador de água do lado externo, do tipo de proveta ..Ah sim, era acionada a eletricidade através de uma alavanca e assim que ouvíamos o ruido da água borbulhando, desligávamos..Usei o plural porque moravamos em uma das casas por êle construida onde também tinha aquecedor SOSSEGO .
Outro detalhe que não faltava nas cozinhas que vovô construia, era uma portilhola quase sempre esmaltada, instalada na mureta da pia, por onde era despejado o lixo gerado que ja caia na lixeira que ficava no lado externo da cozinha.
Olhem que ela está na bancada ao lado do fogão
Concluindo: Francisco, meu avô artista, era classudo com visão de modernidade aliada à praticidade.Apesar do gênio tinha lá seus flash de reconhecimento e assim, decidiu homenagear a todos os seus fornecedores com um book de suas construções
Ah sim, uma pequena historia para explicar o L. em seu nome
O nome dele era Francisco Nápoli...
Certa feita, em sua roda social em meio a desembargadores, juizes e outros clientes, êle percebeu que as pessoas começavam a sair à francesa até que seu " compadre" Dr. Theodomiro Dias, pai de nosso ex ministro da justiça, José Carlos Dias o chamou de lado e perguntou se estava tudo bem em casa..Obviamente que algo estranho estava acontecendo..e ai vovô descobriu que um tal Francisco Nápoli, havia assassinado a amante, cujo nome era Nicolina, coincidentemente o nome de vovó!!!! ahahaha Assim posso imaginar a raiva que aquele siciliano provou na hora e para salvar sua pele e garantir sua clientela, adotou, a partir de então, o nome Leonforte, a cidade onde nasceu, na Provincia de Enna Sicilia/Italia!
Poderia ficar aqui contando outras histórias pitorescas de sua infância na Italia durante a guerra mas...fica para uma outra vez
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Mama mia! Que luxo! Que ascendência de gênio! Bem que eu disse em um comentário anterior que suas palavras revelam uma mulher inteligente e perpicaz! Agora já sei até a quem puxou!Rsrsrs.
ResponderExcluirDolly, vc tem uma honra muito grande por ter nascido de um homem tão empreendedor e ousado como o seu avô!
Querida, não sei se vc conhece a Isis do blog "Poderosa Ponto Com", mas a mãe dela faleceu hoje; estou pedindo a agumas amigas para passar lá, e também pedir a mais duas amigas para fazer o mesmo, pois precisamos tanto do outro nestas horas, não é mesmo?
Beijos, amiga. Fique com Deus!
Uau!!! Que estória super legal!!! Que orgulho do vovo einh! Tem a quem puxar! Adorei ler um pouquinho da vida dele! Essa primeira casa que ele construiu, parece uma casinha daquela que toda menina sonha em morar!
ResponderExcluirAgora, esse porque de ele ter incorporado o L. na assinatura parece filme! :)
Um beijo!
Cin
Ai, conta mais um pouco. Histórias de avô já são lindíssimas, de avô italiano, então, tem gosto de infância... Meu avô era latoeiro, mas amava fazer artesanato. Depois de velhinho, construiu um torno e pôs-se a inventar coisas de madeira... Saudades dele. Assim como você deve sentir do seu tbm!
ResponderExcluirQue homem inteligente e avançado pra sua época.
ResponderExcluirAs casas são maravilhosas e a história, lindaaa!!!
Depois conte-nos mais detalhes.
Beijinhos.
Fátima.
Meus Deus! Que família maravilha! Que artista seu avozinho! Fiquei encantada!
ResponderExcluirAdoro histórias, conta mais!!
Bjo florzita *Ü*
Adorei a história, acho maravilhoso reviver o passado, e passado sem história não é passado. Mas interessante ou não todos nós temos história de nosso passado para contar. Eu tenho muitas que adoro relembrar. Outro dia meu tio mais novo colocou uma foto antiga dele no orkut, pedi a ele que colocasse tudo que tinha para eu relembrar, afinal minhas férias eram passadas com ele na casa de meus avós.
ResponderExcluirSeu avó era um verdadeiro arquiteto da época.
Bjs
Lita
adorei o post de verdade !!!
ResponderExcluiradoro essas histórias....e que casas lindas ele construiu....aquela casa rosa entãoo q luxooooo
beijo querida ótimo fim de semana / feriadão / carnaval hehehe
oi Amiga
ResponderExcluirQue história fantástica!!!
E vc puxou seu lado artistico dele, com certeza!!! meu deus aquela csa da rua Groelandia é linda hoje, imagina na época da sua construção!!!
Depois vou mostar a história pro alexandre se inspirar...kkk
Muito curiosa a história do nome !!!
conte mais quando puder!!!!
bjus
Teu nonno era um grande e taletoso artista, esta' no sangue, heim?!
ResponderExcluirO dia dos namorados aqui é dia 14 sim, foi erro meu ao digitar, obrigada pelo alerta!
Bjim
Léia
Amei a sua história,o book e as casas.Fico emocionada...para chorar!Lindas memorias!Conta mais
ResponderExcluirNossa, que fotos lindas.
ResponderExcluirSeja bem vinda e boa sorte.
Gostei tanto de ver essas imagens! Foi uma verdadeira aula de História do Cotidiano. :D
ResponderExcluirAgora, cá 'pra nós: que coincidência o nome do seu avô ser o de um assassino. Vixe! Isso realemente "queima o filme" da criatura. Ninguém merece! :(
Querida Maria Lucia, tenho muita alegria em ter essa descendência sim...todos os filhos de meu avô foram pessoas íntegras, responsáveis que só me causam orgulho em declarar-me uma Nápoli con N maiúsculo.
ResponderExcluirNão conhecia a Isis não mas passei por lá para deixar meu abraço de solidariedade nesse momento tão dificil. Sabe? sou péssima para essas coisas mas, acho que somei-me a tantas outras amigas a acalentar aquele coração.
Beijocas e obrigada pelas doces e gentis palavras.
Cin, marina, Fátima, Ruby, Grasi, Léia, Lita, Edna e Lidi...em breve contarei algumas histórias de vovô ainda moleque na Italia, em tempos de guerra..óbviamente pode-se imaginar o que uma criança, orfã, cheia de vigor e energia apronta ficando sozinha em casa,sem danones, pipoca, geladeira para abrir e fechar 100 vezes ao dia, sem Tv, video game, campinho de futebol etc...
ResponderExcluirAguardem para breve, combinado?
Agora resta-me agradecer a todas que aqui partilharam dessa homenagem tão gratificante...Beijos, Sonia
Oi Ana, esse net tá maluca mesmo, só agora apareceu tua mensagem e da cinária, sem entrar pelo meu email!
ResponderExcluirBem meu avô era esse mesmo..polêmico, meio neuratênico, doce conosco netos e um artista sem dúvidas..Tenho aqui alguns quadros que êle pintou, tudo onde êle punhas as mãos reluzia ainda que de roupão branco impregnado da fragância do sabonete que êles usavam...aliás, você reavivou a chama da saudade, das memórias, deu sua contribuição para que essa homenagem fosse veiculada por aqui.
Em seu book tem centenas de casas, prédios, vilas principalmente e ainda bem que o tempo as preservou..me parece que poucas foram para o chão.
quando cheguei do mercado vi teu email porisso nem me importei em responder..amanhã cedo, se der para vc, nos falamos
beijocas saudosas
Cinária é uma linda história mas entremeada de alguns momentos meio ácidos também...lembre-se, na historia de nosso Brasil, existem milhares de outras histórias desses guerreiros imigrantes que chegaram para recomeçar uma nova vida aqui no Brasil...Os japoneses por exemplo, sofreram demais nas mãos dos Coronéis dos cafés, no interior do paraná e de São Paulo...O brasil tem uma rica história escrita com sangue e suor de milhares de pessoas e não merece o rumo que esses canalhas corruptos estão dando a êle...Esperemos dias melhores para nossos filhos e netos
ResponderExcluirbeijos e obrigada pela participação!
oi Dolly! adorei tua história da tua familia nono inteligente e esperto - adorei a ultima parte da história - boou um L no nome - mas é muita coincidência! adoei ver estes livros antigos - qe bom que tu tens contigo- é uma história de vida!
ResponderExcluirbjs
lú
Ai que delícia ter um avô tão talentoso, criativo...viu?! tá explicado de onde herdou esse talento artístico...rsrs...
ResponderExcluirDolly, amore, muuuito obrigada pelas palavras de carinho hoje lá no blog...estou bem mais calminha...rsrsrs...você tem toda razão, só vou ficar velha e estressada! rsrs...
Super-beijo!
Querida Dolly,
ResponderExcluirEste seu Blog também é além muita coisa bonita um exemplo de Cultura e onde se aprende muito, esta postagem é espectacular!
Um grande abraço para si e um optimo fim de semana,
Maria Lemos
OLa! gostei de conhecer essa bela história, as contruções são lidas,bem rico em detalhes. Abraço...
ResponderExcluirOi Prima, adorei ver o castelinho do tio Valdo, não conhecia a história, continue colocando mais sobre o vovô. Beijos
ResponderExcluirGuriaaa Essa historia me fez lembrar do meu nono, bem ele nao era meu avó de sangue era o segundo marido da minha avó.. mas eu tinha mais contato com ele que com o de sangue.... Também era italiano de sicilia :O se chama Fernando Bartolomeu Lambiase e aqui no Brasil foi o primeiro ou uns dos primeiros a fabricar fogoes a lenha, a fabrica se chamava Aimoré ( era um indiozinho a marca) eu adorava ele viu, apesar de nao ter vivido muito com ele, faleceu quanto tinha 10 anos acho.... mas lembro das cantorias dele.. lembro dele como se tivese vivido com ele até ontem....
ResponderExcluirMAs.. Já melhorei sim amiga.... foi só que as vezes agente pensa coisas ruins e se o tempo nao te ajuda para dar um paseio e esfriar a cabeça um fica meio loco =P
sobre o terremoto eu nem sei o que te dizer.... como eu nem senti ele é como se nao tivese passado =P Mas o epcentro nao foi aqui na ilha.. e nem tem nada aver com o Teide como algumas pessoas dizem.. sao coisas que pasam =)
Sabe que to feliz... acho que encontrei uma loja de linhas otima =D quando eu for lá eu falo no blog =D
Aqui também temos carnaval.... mas bem mais normalzinho que ai no Brasil... aqui parece mais algo como em recive.... musica na rua e o pessoal fazendo festa =P Mas aqui eles acham que no carnaval do Brasil estao todas peladas... muito vestidas nao estao... mas nem todas saem peladas :S Até essa semana estavam descutindo sobre a viladouro que vai colocar uma guriazinha de nao sei quantos anos como rainha de bateria :S ou alguma coisa assim era... como eu nao olho muita TV fico sabendo o que minha sogra me fala =P
Que seja otimo esse fim de semana de carnaval!!!
te cuida!!!
beijoooos
Que construção maravilhosa! Incrível que tenha sobrevivido! Lute para conservá-la!
ResponderExcluirSabia! Sabia! Que você tinha veia artistica, agora descobri de onde vem. Dolly, que casas! Ricas em detalhes e bom gosto. Que orgulho em? Parabéns, pelo vôzão! Querida um ótimo final de semana e feriadão! Mil beijos, Virginia.
ResponderExcluirtres belles maisons, merci de ta visite, mucho besos, en espano;, no hablo el portuguese.
ResponderExcluirMinha querida amiga Dolly , me perdoe, eu sie que estou em falta contigo,não pense que não vi esse post no dia que vc postou,mas com a encrenca do blog eu simplesmente não fiquei na net, pq a toda hora a minha filha tentava algo pra solucionar o problema, ela fez de tudo como restaurar sistema, passar antivirus de novo, insatlou programas etc... e ainad não resolveu.
ResponderExcluirEssa casa de seu avô é simplesmente maravilhosa, assim como as outras , tá ai a veia artitica da Dolly hehehhehe. A historia do L tb é sensacional,imagino o sofrimento dele na confusão d enomes .
E vc como está ??? Fazendo artes e agulheiros, ou já mudou p outra coisa??
Eu estou inventando aqui tb . Depois se der certo eu mostro.
Minahs filhas vão passar o carnaval com o pai na casa de praia dele e eu vou ficar trabalhando pq aqui o carnaval é muito fraco,nem feriado fazem
Teu layout tá muito lindo, agora que abriu e pude ve-lo inteiro.
Um beijão amiga . Bom feriado pra vc !
Olá,
ResponderExcluirpassei para desejar um bom Carnaval.
O seu avô era um visionista.
Bjinhos.
Dolly minha amiga, que estória linda,sabe que eu nao tenho descendencia nenhuma de italiano mas me identifico tanto tanto com esse povo,fiquei aqui de boca aberta com as obras de seu "nonno",sao preciosidades e que sorte voce te-las. Conte-nos mais, sou capaz de ficar horas lendo ou ouvindo.Porque nos privou tanto tempo de coisas tao lindas,salvei todas as fotos.beijos.
ResponderExcluirEu de novo!!!
ResponderExcluirÉ que eu ganhei um selinho super fofo "Este blog é um encanto" e a melhor parte é que depois posso indicar alguns blogs que eu acho um encanto... O seu é um deles! Passa lá no meu blog e pegue o selo! :)
Bjs
Cin
Dolly! Nada em ti me surprende, és uma aristocratica, sempre soube disto.Como conheço as pessoas através delas mesmo, daquilo que posso le-las e daquilo que me deixam ler. Vejo em ti ,algo muito nobre. Te vejo uma pessoa muito sofrida ,mais com uma vivencia de coisas muito fina, te diria coisas que poucas pessoas viveram.adorei ver tudo que teu avô construiu, temos muitas coisa em comum, meu avô ,que também chegou no Brasil, aos catorze anos de idade, do Líbano, corre em meu sangue etnias muito diferentes, tenho sangue italiano, espanhol, alemão por parte de pai, também brasileiro puro, índio. Sou a misturas de todos os sangues. Querida ,adorei as casas construidas pelo teu avô, meu avô viveu muito tempo na pompéia em dos casarões parecidos com que teu avô construiu. trazemos marcados em nossos gens , nosso Dna não nega nada, somos um pouco de todos , daqueles que vieram antes de nós! Dolly, me emocionei, com que falaste sobre mim. Amei!!!!!! Beijocas Analú
ResponderExcluirOla! Obrigado pelas palavras... Eu estou em uma fase ótima. Tou expondo em Lisboa, e tudo isso me deu um mundo com uma sencibilidade incrivel. É as cores do Brasil me faz muito bem,tou tentando fazer poésia com as cores. Hoje terminei uma tela, que eu fiquei em extase com os tons que surgiram. abraço , fica com Deus.
ResponderExcluirNem te conto que sou louca pelas casa da região do Ipiranga (as que restam). Não é atoa que moro por aqui! Bjos
ResponderExcluirPois é Aline, então sabes bem do que estou falando...os palacetes da familia Jaffet, marcaram época no bairro do Ipiranga; ainda bem que sobraram alguns para contar história..Já morar nas proximidades do museu e do monumento é tudo de bom..parabéns por morar ai, sinal que tens bom gosto ahahah
ResponderExcluirbjs